Quem nunca ouviu esta frase algumas vezes durante a vida, especialmente quando estava muito ansioso por algum desafio importante, ou diante de alguma situação que gera enorme estresse?
Em momentos como o que vivemos, de transição econômica no Brasil, saindo de praticamente três anos de forte recessão, considero este um conselho sábio.
Aqui, aproveito para relembrar, antes de prosseguir, que liquidez é a velocidade em que transformamos nossos investimentos em aplicações em dinheiro, quanto mais rápido, maior é a liquidez de um ativo.
Agora, imagine o seguinte cenário: você está vendo um cenário caótico se aproximar, especialistas falando que o país corre o risco de um golpe bolivariano, outras pessoas dizendo que o golpe é outro, que o país não deve crescer pelos próximos 5 anos, pode até quebrar, outros alegando que é o fim do Brasil.
Para piorar, você entrou em um investimento que depende de certa estabilidade no cenário para que suas previsões sejam consolidadas, logo antes disso tudo começar.
Ocorre que, em meio a toda turbulência, o preço dos ativos começa a despencar. Você não sabe onde isso vai parar, já acumula uma perda de mais de 10% que tira seu sono. Dado o cenário, você decide aceitar o prejuízo e cair fora antes que as coisas piorem, acumulando cerca de 20% de perdas entre quedas adicionais e custos de transação.
Alguns meses após o olho do furacão, o mundo não acabou e, como num passe de mágica, as coisas parecem melhorar em um salto. O preço do ativo que você vendeu volta a seus patamares anteriores e economistas começam a falar que o país viverá uma era de valorização e crescimento sem precedentes.
Neste momento, você se arrepende de ter tomado uma decisão por impulso, de ter sido reativo aos movimentos cíclicos do mercado e pensa em retomar os investimentos para recuperar suas perdas, ou pode ser que você esteja traumatizado e nunca mais queira investir, optando pela “tranquilidade” da renda fixa.
Via de regra, investidores inexperientes e até mesmo alguns experts reagirão emocionalmente aos humores do mercado e às notícias. Em certa medida, o mercado imobiliário pode funcionar como uma bela trava ao seu impulso emocional, devido a sua baixa liquidez.
Ativos com alta liquidez, normalmente, são aqueles em que os investidores percebem as maiores perdas. Lembro de possuir uma parte importante de meus investimentos na Bolsa de Valores e, durante a crise americana de 2008, ver algumas ações simplesmente “derreterem”, caindo mais de 50% em poucas semanas.
Já meus investimentos imobiliários, naquela época, encontravam-se estáveis e foram a proteção do meu patrimônio em um momento tão difícil. Inclusive, logo após aquele momento da crise de 2008, iniciou um forte ciclo de valorização imobiliária que durou até 2014, o que me ajudou a recuperar boa parte das perdas que tive.
Outro ponto que observei após 2008 foi que muitas pessoas que investiam no mercado financeiro migraram parte de seus investimentos para o mercado imobiliário, buscando maior proteção de seu capital e um rendimento mensal atrelado a valorização patrimonial.
Voltando ao cenário imaginado ao início do texto, qual dos gráficos abaixo você gostaria que fosse o do seu investimento, dado o estado de tensão do mercado?
Fonte: http://www.zap.com.br/imoveis/fipe-zap-b/, em 22.08.2016.
Fonte: http://exame.abril.com.br/mercados/cotacoes-bovespa/indices/IFIX/grafico, em 22.08.2016.
Enfim, a crise foi generalizada, todos os setores da economia sentiram e alguns variaram mais que os outros. Trouxe para você duas referências históricas ligadas ao mercado imobiliário que mostram essa diferença de variação.
A primeira, é do FIPE ZAP, que é um indicador do preço de imóveis no mercado brasileiro. O segundo, é o IFIX, indicador de variação média do preço das cotas dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e balcão da BM&F Bovespa.
Se ambos são ligados ao setor imobiliário, por que o IFIX oscila muito mais que o FIPE ZAP? Simples, a resposta está na liquidez. Se, por uma perspectiva, é muito bom poder ter seu dinheiro na mão rapidamente, por outro lado, você está muito mais exposto às suas reações emocionais e a destruição de valor imediata do mercado.
Muitas pessoas que tiveram reações emocionais à crise e puseram seu imóvel a venda com um bom desconto, não realizaram o prejuízo, pois não conseguiram vender e agora, com o início da retomada, estão tendo a oportunidade de repensar suas vendas por um valor melhor.
Este texto faz parte da série sobre investimento imobiliário. Para acompanhar todos os artigos, leia este post.
7 Dicas que você precisa saber sobre Fundos de Investimentos Imobiliários