Você já ouviu falar sobre o modelo de negócio do McDonald’s?
Com investimentos imobiliários, o McDonald’s conseguiu se tornar em 2019, a rede de fast food mais valiosa do mundo, valendo US$ 130,4 bilhões (mais do que o dobro do segundo lugar).
Esse resultado estrondoso não foi conquistado apenas vendendo hambúrgueres.
Para entender como o McDonald’s conseguiu, através das décadas, se tornar essa potência bilionária, continue lendo este texto.
Como a história começou
Tudo começou na longínqua década de 1950.
Neste período, Ray Kroc, CEO do McDonald’s, enfrentava dificuldades para encontrar franqueados que tivessem recursos para investir na compra do terreno e na construção de um restaurante da franquia.
Foi então que Harry Sonneborn (que viria a ser o presidente do McDonald’s) teve a ideia de comprar os terrenos e construir as lojas – alugando o terreno diretamente para o franqueado.
Como o aluguel era pago com a própria receita gerada pelo restaurante, o negócio era interessante para ambas as partes.
Por um lado, o franqueado tinha a oportunidade de empreender em um negócio já consolidado.
Já para o McDonald’s, havia a oportunidade de se tornar cada vez mais presente na vida das pessoas de vários países do mundo, enquanto todos os gastos com a manutenção das redes ficavam a cargo dos franqueados.
Ou seja, o que entrava como receita desses restaurantes era em grande parte convertido em lucro.
McDonald’s um negócio imobiliário bilionário
Essa ideia deu tão certo que hoje mais de 80% das lojas do McDonald’s são franquias.
O próprio Sonneborn descrevia o McDonald’s como um negócio imobiliário que vende hambúrgueres para que os locatários possam pagar pelos imóveis.
Somente com os aluguéis dos imóveis, a empresa recebeu, em 2014, cerca de US$ 6,10 bilhões de dólares, que era uma quantia maior do que o lucro total da empresa (US$ 4,75 bilhões).
Atualmente, o McDonald’s possui equipes inteiramente dedicadas à parte imobiliária, responsáveis por monitorar constantemente o mercado de imóveis e, assim, auxiliar na tomada de decisões.
Isso porque foi justamente esse investimento imobiliário que fez o McDonald’s a potência que ele é hoje.
Lojas próprias do McDonald’s x lojas franqueadas
Hoje o McDonald’s é dono de 6 mil de suas lojas e franqueador de 30 mil. Essa diferença gritante é uma grande evidência de que todo o investimento imobiliário compensa – e muito – para a empresa.
Mas é possível verificar isso diretamente com números: as receitas e despesas de 2014 disponibilizadas pela corporação.
Em suas lojas franqueadas, o McDonald’s obtém uma receita de US$ 9,2 bilhões e tem despesas de US$ 1,69.
Dessa forma, a empresa garante um grande lucro operacional com suas franquias.
Em suas lojas próprias, o McDonald’s tem receitas de cerca de US$ 18,16 bilhões – o que é uma quantia considerável, se formos comparar com as receitas geradas pelas lojas franqueadas.
Porém, os gastos operacionais com suas lojas próprias são de US$ 15,28 bilhões.
Desse montante, US$ 2,48 bilhões é reservado apenas para despesas gerais e administrativas.
Assim, o lucro operacional que o McDonald’s obtém com suas lojas próprias é muito menor do que o lucro obtido com suas lojas franqueadas.
Além disso, seus imóveis valorizaram em 26% entre os anos de 2010 e 2015 – o que faz com que o aluguel recebido pela empresa represente não apenas uma fatia significativa do total da receita, mas uma fatia crescente.
De acordo com o último balanço patrimonial que a empresa divulgou, o valor dos seus imóveis totaliza US$ 39 bilhões.
Podemos dizer que o McDonald’s não é uma empresa só de alimentos, mas uma grande rede imobiliária.
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